O SILENCIOSO GLAUCOMA
  • Publicado: 21/06/2023
  • Por: Revista Veja Saúde

O SILENCIOSO GLAUCOMA

“No linguajar médico, silenciosa é toda doença que, em um primeiro momento, não manifesta sintomas. Não há dor. Não há febre. Não há queixas. Um bom exemplo é o Glaucoma: em oito entre dez casos, ele é totalmente assintomático quando começa a se instalar. Não tem coceira nem vermelhidão. A visão não fica embaçada, não há sensibilidade à luz, os olhos não ficam secos. Mas há uma espécie de `crime´ sendo cometido nos globos oculares. `Já virou chavão entre os oftalmologistas comparar o glaucoma a um ladrão´, conta Marcelo Hatanaka, chefe do setor de Glaucoma do Hospital das Clínicas de São Paulo. `Num dia, ele pula o muro da sua casa e rouba uma flor do jardim. No outro, invade a janela que você esqueceu aberta e leva um objeto de valor. Quando o dono percebe, já pode ser tarde´, adverte.

A condição, estima-se, afeta entre 1 milhão e 2,5 milhões de brasileiros e está no panteão das principais causas de deficiência visual no mundo, ao lado de catarata, retinopatia diabética e degeneração macular. Cada uma delas atinge uma região do olho: o glaucoma ataca o nervo óptico, que conduz as informações captadas pela visão até o cérebro.

O Glaucoma surge por um `defeito de fábrica´ : em geral, a pessoa nasce com uma predisposição genética para a doença, que se manifesta em alguma fase da vida. O grande fator de risco nessa história, ressalta Roberto Galvão Filho, presidente da SBG, é o aumento da pressão intraocular (PIO). Sim, os olhos podem ficar sob pressão.”

Você sabe como anda a sua PIO? Uma pequena parcela da população realmente sabe. Exames oftalmológicos não deveriam ser feitos apenas quando o grau da lente dos óculos começa a ficar insuficiente ou quando sentimos algum desconforto ocular. As visitas ao oftalmologista deveriam entrar para a lista de exames de rotina, mesmo sem nenhum motivo aparente. 

FONTE: Revista Veja Saúde n. 491