POLUIÇÃO SONORA: Um problema de Saúde Pública
  • Publicado: 01/06/2022
  • Por: Instituto Imersão

POLUIÇÃO SONORA: Um problema de Saúde Pública

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, até 2050, 25% da população global – quase 2 bilhões de pessoas – terá algum grau de perda auditiva. O grande culpado por esse déficit que pode acabar em surdez, e de forma cada vez mais precoce, é a poluição sonora. E, a exemplo da poluição do ar, os ruídos nas grandes cidades viraram um problema de saúde pública. Só a Agência Europeia do Ambiente atribui à exposição prolongada a ruídos acima dos limites toleráveis cerca de 18 mil mortes, 80 mil internações e 900 mil casos de pressão alta por ano.
Diferentemente da fuligem das chaminés e dos escapamentos dos carros, a poluição sonora é invisível mas está gritando através dos motores e buzinas, sirenes, construção civil, obras nas ruas, e , como se não bastasse, milhares de pessoas pioram a situação com seus fones de ouvido em volumes altíssimos.
Não é apenas a escala de decibéis que conta na hora de saber se nossos ouvidos e outros órgãos estão em perigo. O tempo de exposição ao som também é essencial para fazer esse cálculo. Um ruído na escala de 85 decibéis permite uma exposição de até 8 horas. Mas, a cada aumento de 5 dB na intensidade sonora, o tempo de exposição segura cai pela metade. Ou seja, em um ambiente de 90 dB, o tempo máximo recomendado de exposição é de 4 horas, e assim por diante.
À noite, o risco é maior, acusa um estudo realizado pela Universidade da Basiléia, Suíça, que investigou 25 mil mortes por infarto nos arredores do aeroporto de Zurique entre os anos de 2000 e 2015. Segundo o estudo, a exposição repentina ao pouso e à decolagem no período da noite aumenta o risco de fatalidades em até 44% e esteve associada a mais óbitos dentro de um período de até duas horas do barulho.
Como podemos ver, o ouvido não é o único órgão afetado pela poluição sonora. O Cérebro também sofre com sérios riscos: SILÊNCIO COGNITIVO, risco de desenvolver demência; TRANSTORNOS DEPRESSIVOS; DEGENERAÇÃO, quadros compatíveis com Alzheimer, entre outros. Em relação ao Coração, alguns riscos como: PRESSÃO ALTA E TAQUICARDIA, sons muito altos liberam hormônios do estresse; INFARTO E AVC; ALTERAÇÃO DO ENDOTÉLIO, camada que reveste as artérias; entre outros.
Se vivemos em uma grande cidade, muitos ruídos e sons serão inevitáveis. Mas podemos amenizar a situação buscando uma mudança em nossos hábitos pessoais, como praticar momentos de silêncio sempre que possível e evitar ao máximo o uso de fones de ouvido.