- Publicado: 20/04/2022
- Por: Instituto Imersão
MANUTENÇÃO DO AR CONDICIONADO - Um problema de Saúde
Atualmente o uso de sistemas de climatização é amplamente disseminado, e eles necessitam de manutenção. Para manter uma boa qualidade do ar e evitar diversos problemas, essa manutenção precisa ser feita de forma correta e, para isso devem-se seguir algumas normas e parâmetros.
Pensando nisso, foi criada a Lei n 13.589, de 4 de janeiro de 2018 que torna obrigatório o PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle – para todos os estabelecimentos de uso coletivo com sistemas de climatização como empresas, hospitais, salões de eventos, consultórios médicos, teatros, cinemas, etc... O PMOC deve ser seguido, obviamente, de uma criteriosa MANUTENÇÃO, que é o ato que precisa ser feito para o cumprimento integral do PMOC. Os parâmetros normativos e de qualidade que os ambientes deverão obedecer são regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Dependendo da qualidade do ar, as pessoas ficam sujeitas à Síndrome do Edifício Doente (SED). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a SED consiste em um conjunto de características ambientais que levam de 15% a 30% dos ocupantes do prédio em questão a contrair doenças respiratórias.
A falta de limpeza nos filtros e dutos de ar refrigerado propicia o desenvolvimento de micro-organismos – fungos, bactérias e leveduras – que podem levar os ocupantes de ambientes climatizados a contraírem doenças respiratórias, infecciosas ou alérgicas. Lembrando que esse problema pode ocorrer também em nossas casas, não apenas em ambientes públicos. Ou seja, dependendo de como lidamos com a limpeza dos aparelhos, nosso quarto pode ser um “reduto de bactérias, fungos e ácaros”!
O problema da qualidade do ar interior ficou conhecido nacionalmente com a morte do então Ministro das Comunicações Sérgio Motta, o que levou a Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde a baixar a Portaria Nº 3523/98, que estabelece normas e periodicidade para a limpeza, manutenção, operação e controle dos sistemas. Em 2000, a Resolução Nº 176/00 estabeleceu as normas para padrões da qualidade do ar interior.
No caso das centrais de ar-condicionado, o aparelho capta ar e o filtra antes de jogá-lo novamente no ambiente. O resfriamento é feito por serpentinas contendo gás refrigerante ou água gelada. Nesse processo, o ar é desumidificado. Em seguida, o ar refrigerado é jogado nos dutos de ventilação por um ventilador centrífugo de alta pressão. O problema, segundo especialistas, é o acúmulo de sujeira nos dutos.
Assim, fungos, mofo, bactérias, vírus e ácaros permanecem no organismo livres para provocar doenças respiratórias de natureza alérgica. As doenças do aparelho respiratório são: sinusite, rinite, otite, amigdalite, faringite, bronquite, pneumonia, asma, gripes e resfriados.
Uma das principais doenças causadas por falta de manutenção do ar, a Legionelose, é transmitida pela bactéria Legionella Pneumophila. A bactéria foi descoberta em 1976, quando mais de 200 idosos que participavam de uma convenção de legionários (veteranos de guerra, daí vem o nome dado à bactéria) em um hotel na Filadélfia, Estados Unidos, infectaram-se e desenvolveram uma forma inicialmente não solucionada de pneumonia. Todos foram hospitalizados em estado grave e 34 morreram. A bactéria estava no ar condicionado central. A mesma bactéria foi o motivo da morte, em 1998, do ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta.
Infectologistas atestam que, no Brasil, a Legionella é mais disseminada do que se supunha há alguns anos, principalmente nos grandes centros urbanos. E é nos chamados “edifícios doentes” que se concentra. Ela e os fungos são apenas alguns dos microorganismos que habitam sistemas de ar condicionado sem manutenção.
Dessa forma, fazer a limpeza correta dos aparelhos de ar condicionado não é opcional, sua negligência pode levar à morte.