- Publicado: 19/09/2023
- Por: Instituto Imersão
FASCIÍTE NECROSANTE
Os EUA alertaram recentemente sobre uma bactéria carnívora que estaria presente as águas do Golfo do México e do Caribe. O alerta aconteceu depois que uma modelo americana foi infectada, ficou hospitalizada por 5 meses e infelizmente precisou amputar a perna.
A modelo foi diagnosticada com “Fasciíte Necrosante “ que é uma infecção causada por bactérias que atingem rapidamente o tecido subcutâneo e a fáscia superficial (tecido que separa músculos da pele), provocando sua destruição progressiva. De maneira extremamente agressiva, essas bactérias vão necrosando a região afetada, isto é, matando os tecidos atingidos.
Muitas pessoas morrem em decorrência da fasciíte necrosante, uma vez que ela pode resultar na falência múltipla dos órgãos. Estima-se que a mortalidade relacionada com essa infecção varie de 13% a 76% dos casos, e essa variação está diretamente ligada à demora no início do tratamento.
A fasciíte necrosante não possui agente etiológico específico, assim, pode ser causada por diferentes bactérias. Os agentes que iniciam essa infecção geralmente são o Streptococcus hemolítico do grupo A e Staphylococcus aureus.
De acordo com os agentes envolvidos, podemos classificar a fasciíte necrosante em dois tipos: I e II. No tipo I, encontramos diferentes bactérias em associação, das quais ao menos uma espécie é anaeróbia obrigatória, associada com um ou mais anaeróbios facultativos. Já o tipo II apresenta como agente causador o Streptococcus do grupo A, isolado ou em associação com o Staphylococcus aureus.
Em geral, a fasciíte necrosante é provocada por pequenos traumas. Entretanto, em cerca de 20% dos casos, nenhum trauma é identificado. Clinicamente destacam-se: a dor intensa, o edema grave, a rápida progressão e a resposta pobre à antibioticoterapia. É necessário um alto índice de suspeição para o diagnóstico clínico, que é confirmado à intervenção cirúrgica, com a evidência de necrose da fáscia superficial. Os exames radiológicos são úteis, e o diagnóstico diferencial deve ser feito principalmente com celulite em seu estágio inicial. O tratamento, que deve ser precoce, é feito com antibióticos de amplo espectro, debridamento cirúrgico agressivo e medidas de suporte clínico e nutricional.