- Publicado: 06/07/2022
- Por: Instituto Imersão
DEPRESSÃO TEM CARA?
Os clichês sobre depressão criaram na nossa cabeça a ideia de que ela é sinônimo de tristeza e cansaço infinitos. Mas o desânimo e a melancolia são apenas faces mais visíveis da doença, que se manifesta de diversas maneiras e impacta várias regiões do corpo (algumas, inclusive, bem distantes do cérebro).1,2,3,4
Entender e reconhecer essas mudanças faz muita diferença para o sucesso do tratamento.
Um dos maiores obstáculos é que alguns sinais são tão individuais e, às vezes, sutis que pode ser difícil suspeitar que aquela sua amiga ou seu amigo que pouco se assemelha ao “clichê da pessoa deprimida” esteja precisando de ajuda. Ainda mais porque essa é uma condição que, infelizmente, ainda é cercada de tabus e mitos que atrapalham a busca pelo diagnóstico correto. 2,5,6
Seguem abaixo alguns sinais que podem servir de alerta:
Procrastinação e falta de motivação: Um dos principais sintomas da depressão é a perda de prazer e vontade de fazer desde tarefas mais complexas, como passear com os amigos, até as mais simples, como escovar os dentes. Isso ocorre em parte por conta da queda na ação de neurotransmissores no cérebro. Essas moléculas, responsáveis pela comunicação entre os neurônios, atuam em diversos departamentos: humor, sono, bem-estar, memória, aprendizado. E são liberadas em maior quantidade como recompensa quando fazemos algo divertido ou cumprimos tarefas. Quando esse processo não ocorre como deveria, a energia para fazer o mínimo também vai embora.
Raciocínio lento ou agitação: A depressão afeta o hipocampo, a amígdala e o córtex pré-frontal. Essas três regiões do cérebro respondem por funções importantes, como o processamento da memória, aprendizado, concentração e cognição. Por isso, quem enfrenta a doença pode ter problemas em tomar decisões, lembrar de certas coisas e até mesmo se concentrar durante uma aula ou reunião.
Insônia ou sono excessivo : Os motivos por trás da relação ainda estão sendo investigados, mas depressão e alterações no sono são velhas companheiras. Insones estão mais sujeitos a ter a doença – e quem está deprimido pode ter problemas para descansar. Isso ocorre, provavelmente, por conta de sua ação nos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e gama-aminobutírico (Gaba). A bagunça durante a noite resulta em cansaço extremo ao longo do dia.
Mudanças de peso : As alterações na comunicação entre os neurônios podem afetar o apetite para mais ou para menos. Além disso, embora não dê para dizer o que vem primeiro ainda, hoje se suspeita que indivíduos com depressão podem ter alterações na microbiota intestinal, conjunto de bactérias que influencia no corpo todo, inclusive no comportamento, no humor e na sensação de saciedade.
Dores físicas: Dor e humor são comandados por regiões conectadas do cérebro. Por isso, assim como ocorre na insônia, quem tem depressão pode ter mais dores pelo corpo e quem tem dores crônicas provocadas por outras condições está mais sujeito ao transtorno. As queixas mais comuns são enxaqueca e incômodo na lombar.
Alterações de humor : Os neurotransmissores (de novo eles!) fazem com que o indivíduo passe por alterações extremas de humor: ora super agitado e eufórico, ora desanimado. Fora que a depressão está ligada a um aumento na produção de cortisol, o hormônio do estresse, que, em excesso, nos deixa mais tensos e ansiosos.
Infecções de repetição: Como a depressão frequentemente se manifesta na forma de pouco autocuidado, a pessoa pode deixar de ter atitudes que mantêm as defesas em dia, como fazer exercícios e ter uma alimentação equilibrada. Além de interferir no humor, o cortisol também desequilibra o sistema imunológico.
FONTE: https://www.medley.com.br/podecontar/quero-ajudar/por-fora-por-dentro