• Publicado: 22/06/2022
• Por: Instituto Imersão

A DITADURA DA FELICIDADE E DO BEM ESTAR

"Você está feliz?” Essa é uma pergunta corriqueira que pode soar apenas como um interesse vindo de alguém interessado em saber como o interlocutor está se sentindo, mas há algo de perigoso nesse questionamento. Colocar a felicidade como objetivo na vida e dar muita importância à alegria e à realização pode estar nos levando à uma tristeza crônica. É o que afirma o pesquisador americano Jonathan Rottenberg, especialista na área das psicopatologias. Para o psicólogo, há algo de cultural, e não apenas biológico, elevando o número de casos de depressão em todo o mundo. Nosso estilo de vida e a necessidade constante de nos mostrarmos felizes estariam contribuindo diretamente para o que ele caracteriza como uma epidemia do problema.
Essa necessidade de procurarmos a felicidade e estarmos animados constantemente é extremamente nociva. Se a pessoa se sente um pouco desanimada, já entra em pânico e pensa: “O que está errado comigo? Por que não estou feliz como deveria ou feliz como as outras pessoas?” Acho que, quando alguém se debate sobre quão feliz está, quanto mais quer se sentir melhor, pior fica. E essa intolerância à tristeza é muito clara no Brasil e em outros lugares do mundo.
Estamos menos ou quase nada tolerantes ao humor deprimido. Ele ocorre e sempre vai ocorrer. A felicidade acontece quando não estamos atrás dela. As pessoas estão colocando a felicidade como um objetivo, quando ela não é. Culturalmente aprendemos que devemos alcançar a felicidade, mas esse é um jeito perigoso de viver.

É um fenômeno que vem dos livros, da TV e principalmente das mídias sociais. Esses meios ditam para as pessoas como elas devem agir, viver, se relacionar e o que devem sentir. É uma influência tão forte e ao mesmo tempo tão sutil que não paramos para pensar a respeito dela.
O mundo estabelece um padrão falso de felicidade e as pessoas acreditam que essa é a única esperança para elas. É a “Ditadura da Felicidade e do Bem-Estar” aprisionando mentes.
Precisamos falar e discutir mais a respeito desse tema. As pessoas precisam ser estimuladas a meditarem sobre essa armadilha e a ficarem alertas. Esse será o melhor remédio...menos pílulas e mais consciência.